segunda-feira, julho 19, 2010

daquele humorzinho eleitoral

Hoje ao ler no The New Republic sobre o problema do trabalho infantil nas plantações de tabaco do Cazaquistão e ao saber como a lei nos EUA, com relação aos agricultores, é ineficiente, não pude deixar de fazer uma comparação com o Brasil.
Apenas para ilustrar, o Cazaquistão é hoje um dos maiores produtores de petróleo e urânio do mundo. Além de produzir tabaco, carvão entre outros minerais. O petróleo corresponde a praticamente 60% de sua economia. O urânio, explorado lá, equivale a 20% da produção mundial. Nem preciso reverter isso em números para saber que é muita coisa.
Bem, voltando a produção de tabaco que, como o petróleo e urânio, é consumido praticamente pelos EUA, os resultados apresentados pela pesquisa feita pelo Human Rights Watch (HRW) aponta dados alarmantes de falta de condições viáveis de trabalho e de desrespeito a lei. Nos EUA é ilegal contratar pessoas com menos de 14 anos em uma jornada superior a 3 horas diárias e, em caso de insalubridade, o trabalhador deverá ter acima de 18 anos.
Mas por que esse problema afeta os EUA? Primeiro porque o governo atual está tomando medidas contra seus produtores que tem desobedecido estas normas, segundo, essas medidas acabam onerando produtores que competem no mercado na produção de países como o Cazaquistão, terceiro, esta denuncia revela-se em uma tentativa heroica de fazer com que compradores como a Philip Morris não compre desses países que não respeitam os direitos humanos.

Piadas à parte, no Brasil é a mesma coisa. Há a lei que proíbe a exploração do trabalho infantil, mas nos deparamos com essa vexamosa realidade em cada canto. Nas lavouras de cana-de-açúcar, nas pedreiras, olarias, granjas, fábricas, lojas. Há mais criança trabalhando que nas escolas. Isto não para por aí, elas são catadores de lixo, domésticas, embaladores, traficantes e, lamentavelmente, explorados sexualmente. O problema é que existem as leis, mas não há fiscalização. Fora aqueles casos que envolvem os próprios pais e até juízes na infração. Uma realidade vergonhosa para um país que se pretende em desenvolvimento.



Onde o Cazaquistão e o Brasil se esbarram?
Lula, recentemente, fez uma visita de negócios ao país. Segundo o embaixador brasileiro (Frederico D. E. Meyer) "Existe um potencial enorme de negócios entre o Brasil e o Cazaquistão".
A verdade é que a Vale está de olho no urânio, a Embraer nos aviões e ainda há uma esperança de negócios nos produtos agrícolas.
Para quem não se tocou ainda, o urânio é usado em armas e energia.
Estou tentando manter o foco no trabalho infantil, mas a coisa é bem mais complexa que isso.
Enquanto o governo atual no Brasil se preocupa com inclusão digital, bolsa miséria e qualquer paliativo ridículo para pobreza há, em outra instância, acordos que irão nos afetar diretamente. Ou já nos esquecemos do segundo pior acidente nuclear do planeta? (acidente com césio 137, ocorrido em Goiânia em 13 de setembro de 1987). E as hidroelétricas, sabe quantas o governo Lula aprovou? E quantas são em regiões de preservação, sabe?

Pegue um dos assuntos que lhe preocupa e pesquise se este assunto está na agenda de seu candidato. Ou prefere saber sobre o que lhe afeta pelo noticiário?




aqui estão algumas referências:

U.S. Law Doesn't Protect Child Farmworkers. Does Congress Even Care?
hidrelétricas no Brasil
Os verdadeiros donos da Amazônia e de seus índios.

sexta-feira, julho 16, 2010

de hoje

Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.

Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do actual governo? Não!

[Eça-1871]
Anima Mundi começa hoje.
Eu como apreciadora assídua e distante deixo aqui alguns de meus preferidos.


Melanie Beisswenger
Alemanha - Singapura



Kartika Mediani
2010 / Estados Unidos


e Dimitri Kozma

quinta-feira, julho 15, 2010

a superioridade dos filandeses

Com uma história de inovação a Nokia, desde sua fundação em 1865, vem apresentando soluções criativas para o segmento de telecomunicações.
Passou de uma fábrica de papel e borracha para fabricante de cabos elétricos (1910), migrando para telecomunicações na década de 60. Foi a primeira a apresentar um modem de transmissão de dados (1963), telefones em automóveis (1981) e em 87 transforma o telefone em um aparelho portátil e acessível. Daí em diante passa a agregar funcionalidades a seus aparelhos, transformando os celulares em aparelhos multiuso com calculadoras, câmeras e texto. Em 91 foi a primeira a adotar o sistema GSM transformando a realidade da transmissão de dados em aparelhos celulares. Este setor passa a ser seu principal objetivo e investe recursos na implantação desse sistema na Europa. Depois disso, mais aplicativos foram sendo agregados como mp3, WiFi. Ela emprega hoje mais de 60 mil trabalhadores em todo o mundo. Isto já seria o suficiente para, no mínimo, respeitá-los. Eu que não sou de fazer publicidade, estou tagarelando tudo isso para mostrar que não para por aí. Atualmente a Nokia adianta-se e lança novas linhas de aparelhos como a série N. Sinceramente, estou adorando tudo isso. Dá uma olhadinha:




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