terça-feira, setembro 21, 2010

dos gêneros

O sistema financeiro é machista!

Vamos ao exemplo:

Um casal que mantém um matrimônio de mais de quarenta anos, no qual a mulher não interfere nas ações do marido, ou seja, ele decide e gasta seu dinheiro como bem entender. Nessas idas e vindas de decisões erradas esse homem contrai uma dívida acima do que pode pagar. A mulher, por sua vez, segue sua vida mantendo a casa e a estabilidade da família. Em um dado momento eles resolvem adquirir um imóvel financiado, já que a renda da mulher, que tem estabilidade no trabalho, torna isso possível. Porém, para adquirir este imóvel financiado, por estarem casados, é necessário que apresentem os documentos dos dois para análise. Tomando a realidade do marido, a qual já foi exposta, o financiamento é negado.

O que não consigo compreender é o seguinte: cada um deles tem seu próprio CPF e cada qual declara seu imposto de renda, separadamente. Usufruem de sua individualidade para pagar seus impostos, bem como para contrair dívidas como bem desejarem. Agora, por que no caso de financiamento ou compra de qualquer bem eles valem como um só? Pior, a mulher - a pagante -, nem é considerada nesse caso.


Absurdo!

segunda-feira, julho 19, 2010

daquele humorzinho eleitoral

Hoje ao ler no The New Republic sobre o problema do trabalho infantil nas plantações de tabaco do Cazaquistão e ao saber como a lei nos EUA, com relação aos agricultores, é ineficiente, não pude deixar de fazer uma comparação com o Brasil.
Apenas para ilustrar, o Cazaquistão é hoje um dos maiores produtores de petróleo e urânio do mundo. Além de produzir tabaco, carvão entre outros minerais. O petróleo corresponde a praticamente 60% de sua economia. O urânio, explorado lá, equivale a 20% da produção mundial. Nem preciso reverter isso em números para saber que é muita coisa.
Bem, voltando a produção de tabaco que, como o petróleo e urânio, é consumido praticamente pelos EUA, os resultados apresentados pela pesquisa feita pelo Human Rights Watch (HRW) aponta dados alarmantes de falta de condições viáveis de trabalho e de desrespeito a lei. Nos EUA é ilegal contratar pessoas com menos de 14 anos em uma jornada superior a 3 horas diárias e, em caso de insalubridade, o trabalhador deverá ter acima de 18 anos.
Mas por que esse problema afeta os EUA? Primeiro porque o governo atual está tomando medidas contra seus produtores que tem desobedecido estas normas, segundo, essas medidas acabam onerando produtores que competem no mercado na produção de países como o Cazaquistão, terceiro, esta denuncia revela-se em uma tentativa heroica de fazer com que compradores como a Philip Morris não compre desses países que não respeitam os direitos humanos.

Piadas à parte, no Brasil é a mesma coisa. Há a lei que proíbe a exploração do trabalho infantil, mas nos deparamos com essa vexamosa realidade em cada canto. Nas lavouras de cana-de-açúcar, nas pedreiras, olarias, granjas, fábricas, lojas. Há mais criança trabalhando que nas escolas. Isto não para por aí, elas são catadores de lixo, domésticas, embaladores, traficantes e, lamentavelmente, explorados sexualmente. O problema é que existem as leis, mas não há fiscalização. Fora aqueles casos que envolvem os próprios pais e até juízes na infração. Uma realidade vergonhosa para um país que se pretende em desenvolvimento.



Onde o Cazaquistão e o Brasil se esbarram?
Lula, recentemente, fez uma visita de negócios ao país. Segundo o embaixador brasileiro (Frederico D. E. Meyer) "Existe um potencial enorme de negócios entre o Brasil e o Cazaquistão".
A verdade é que a Vale está de olho no urânio, a Embraer nos aviões e ainda há uma esperança de negócios nos produtos agrícolas.
Para quem não se tocou ainda, o urânio é usado em armas e energia.
Estou tentando manter o foco no trabalho infantil, mas a coisa é bem mais complexa que isso.
Enquanto o governo atual no Brasil se preocupa com inclusão digital, bolsa miséria e qualquer paliativo ridículo para pobreza há, em outra instância, acordos que irão nos afetar diretamente. Ou já nos esquecemos do segundo pior acidente nuclear do planeta? (acidente com césio 137, ocorrido em Goiânia em 13 de setembro de 1987). E as hidroelétricas, sabe quantas o governo Lula aprovou? E quantas são em regiões de preservação, sabe?

Pegue um dos assuntos que lhe preocupa e pesquise se este assunto está na agenda de seu candidato. Ou prefere saber sobre o que lhe afeta pelo noticiário?




aqui estão algumas referências:

U.S. Law Doesn't Protect Child Farmworkers. Does Congress Even Care?
hidrelétricas no Brasil
Os verdadeiros donos da Amazônia e de seus índios.

sexta-feira, julho 16, 2010

de hoje

Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.

Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do actual governo? Não!

[Eça-1871]
Anima Mundi começa hoje.
Eu como apreciadora assídua e distante deixo aqui alguns de meus preferidos.


Melanie Beisswenger
Alemanha - Singapura



Kartika Mediani
2010 / Estados Unidos


e Dimitri Kozma

quinta-feira, julho 15, 2010

a superioridade dos filandeses

Com uma história de inovação a Nokia, desde sua fundação em 1865, vem apresentando soluções criativas para o segmento de telecomunicações.
Passou de uma fábrica de papel e borracha para fabricante de cabos elétricos (1910), migrando para telecomunicações na década de 60. Foi a primeira a apresentar um modem de transmissão de dados (1963), telefones em automóveis (1981) e em 87 transforma o telefone em um aparelho portátil e acessível. Daí em diante passa a agregar funcionalidades a seus aparelhos, transformando os celulares em aparelhos multiuso com calculadoras, câmeras e texto. Em 91 foi a primeira a adotar o sistema GSM transformando a realidade da transmissão de dados em aparelhos celulares. Este setor passa a ser seu principal objetivo e investe recursos na implantação desse sistema na Europa. Depois disso, mais aplicativos foram sendo agregados como mp3, WiFi. Ela emprega hoje mais de 60 mil trabalhadores em todo o mundo. Isto já seria o suficiente para, no mínimo, respeitá-los. Eu que não sou de fazer publicidade, estou tagarelando tudo isso para mostrar que não para por aí. Atualmente a Nokia adianta-se e lança novas linhas de aparelhos como a série N. Sinceramente, estou adorando tudo isso. Dá uma olhadinha:




^.^

quinta-feira, junho 10, 2010

instante

Desinteressa-me a Copa!
... desde sempre ...
Até o filo que não existia sem mim, ilusão.
tudo continua em seu rotineiro devir






a não ser aquela fração em seu sorriso

quinta-feira, abril 15, 2010

segunda-feira, abril 05, 2010

com o dedo na ferida

Denise Bottmann, tradutora, descobriu e tem denunciado a vergonhosa prática de alguns editores brasileiros de reeditar traduções antigas trocando o nome do tradutor original. Isso mesmo, tais editores tomam posse de uma tradução já feita e esquecida, trocam o nome do tradutor para um nome qualquer (fictício ou não) e publicam o texto novamente.
Este crime, torna-se ainda mais inaceitável ao nos depararmos com a incrível história dessa tradutora que tem sido perseguida pelos próprios editores plagiadores.
Para quem também acha isso tudo um absurdo, seque o link do manifesto de apoio a Denise Bottmann

quinta-feira, março 11, 2010

Calangos

Será lançado no dia 22 março o jogo ecológico Calangos, desenvolvido por pesquisadores da UFBA, UEFS e Universidade Mackenzie. O jogo simula o ambiente das dunas do Médio São Francisco, no estado da Bahia.
Vale conferir.
download

sexta-feira, março 05, 2010

vale muito a tentativa

de onde vem o peixe que você consome?


Japão diz que não vai cumprir a proibição da pesca de atum rabilho.
Este é um problema clássico entre a tradição e a realidade do planeta.
A pesca de atum é uma das mais predatórias. Em suas redes pescam-se também tartarugas marinhas e golfinhos. E não fica aí, os atuneiros muitas vezes desobedecem as leis dos países e entram em baías para pegar suas iscas. Estas iscas são peixes que ainda são "bebes", ou seja, estes atuneiros (verdadeiras indústrias flutuantes) entram nos berçários para terem iscas suficientes para sua pesca.
Existe, há 20 anos, um esforço para restaurar a população desse peixe.
Espero que diante desse impasse - a pesca sustentável ou a pesca predatória - saibamos fazer a melhor escolha.

sábado, fevereiro 20, 2010

Sade, a deusa do tempo

Soldier of Love or immortal soldier?
após 10 anos está de volta ... idêntica =/
estava onde? Quem sabe em terras escocesas ... a verdadeira highlander
ouça!

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

extra! extra!

Pesquisadores da Unicamp dizem estar próximos de produzir a primeira cantora heterossexual da MPB.
Leia a com exclusividade no the i-piauí herald

sábado, fevereiro 13, 2010

Em minha rotineira visita ao obvious, deparei com uma matéria sobre o cemitério de navios em Angola, que reacendeu uma velha indignação minha quanto aos navios abandonados nas praias ou em alto mar.

A visão nada agradável ilustrada pela foto acima, aponta inúmeros problemas causados pelas indústrias que simplesmente abandonam suas embarcações quando não há mais possibilidade de navegação. Nem seria necessário apontar, o quão prejudicial é para o meio ambiente a deterioração dessas toneladas de metal em plena praia, frequentada por banhistas. No caso, a Angola resolveu fechar os olhos para isso e aproveitar os lucros vindos de um mórbido turismo.
Existe, desde 1982 um tratado celebrado entre vários países - inclusive o Brasil, com um decreto de 1995 - sobre a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Tratado que, se visto minuciosamente, pode se tornar contraditório.
SEÇÃO 5. REGRAS INTERNACIONAIS E LEGISLAÇÃO NACIONAL PARA PREVENIR, REDUZIR E CONTROLAR A POLUIÇÃO DO MEIO MARINHO
ARTIGO 207
Poluição de origem terrestre
1. Os Estados devem adotar leis e regulamentos para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio marinho proveniente de fontes terrestres, incluindo rios, estuários, dutos e instalações de descarga, tendo em conta regras e normas, bem como práticas e procedimentos recomendados e internacionalmente acordados.
2. Os Estados devem tomar outras medidas que possam ser necessárias para prevenir, reduzir e controlar tal poluição.
[...]
6. a) Quando as regras e normas internacionais referidas no parágrafo 1º sejam inadequadas para enfrentar circunstâncias especiais, e os Estados costeiros tenham motivos razoáveis para acreditar que uma área particular e claramente definida das suas respectivas zonas econômicas exclusivas requer a adoção de medidas obrigatórias especiais para prevenir a poluição proveniente de embarcações, por reconhecidas razões técnicas relacionadas com as suas condições oceanográficas e ecológicas, bem como pela sua utilização ou proteção dos seus recursos e o caráter particular do seu tráfego, os Estados costeiros podem, depois de terem devidamente consultado, por intermédio da organização internacional competente, qualquer outro Estado interessado, dirigir uma comunicação sobre essa área a tal organização, apresentando provas científicas e técnicas em seu apoio e informação sobre as instalações de recepção necessárias. Num prazo de doze meses após a recepção desta comunicação, a organização deve decidir se as condições nessa área correspondem aos requisitos anteriormente enunciados. Se a organização decide favoravelmente, os Estados costeiros podem adotar, para essa área leis e regulamentos destinados a prevenir, reduzir e controlar a poluição proveniente de embarcações, aplicando as regras e normas ou práticas de navegação internacionais que por intermédio da organização se tenham tornado aplicáveis às áreas especiais. Essas leis e regulamentos são aplicáveis a embarcações estrangeiras decorrido um prazo de 15 meses a contar da data em que a comunicação tenha sido apresentada à organização.
b) Os Estados costeiros devem publicar os limites de tal área particular e claramente definida.
[...]
ARTIGO 216
Execução referente à poluição por alijamento
1. As leis e regulamentos adotados de conformidade com a presente Convenção e as regras e normas internacionais aplicavéis estabelecidas por intermédio das organizações internacionais competentes ou de uma conferência diplomática para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio marinho por alijamento devem ser executados:
a) pelo Estado costeiro no que se refere ao alijamento no seu mar territorial ou na sua zona econômica exclusiva ou na sua plataforma continental;
b) pelo Estado de bandeira no que se refere às embarcações que arvorem a sua bandeira ou às embarcações ou aeronaves que estejam registradas no seu território;
c) por qualquer Estado no que se refere a atos de carga de detritos ou de outras matérias realizados no seu território ou nos seus terminais ao largo da costa.
2. Nenhum Estado é obrigado em virtude do presente artigo a iniciar procedimentos quando outro Estado já os tenha iniciado de conformidade com o presente artigo. [Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, concluída em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982.]

Na realidade, ele visa proteger o mar territorial, a zona econômica exclusiva, ou seja, o lucro que o mar ou o que está abaixo do substrato em zonas marinhas, podem resultar. Já, este problema de abandono e poluição, este tratado não é nem de longe aplicado.

Nas últimas décadas, não são poucos os desastres ambientais provocados por navios. Basta lembrar do terrível Exxon Valdez que encalhou no Alasca em 89 e derramou 35 mil toneladas de petróleo cru no canal do Príncipe William, causando danos irreparáveis ao ecossistema e a saúde dos moradores de lá.
Em 2003, o petroleiro Prestige naufragou, a 250 km da Galícia, com 77 mil toneladas de óleo. Ele ainda está no fundo do oceano com 13.800 toneladas de óleo.

O Brasil também teve suas ocorrências
O primeiro grande episódio conhecido ocorreu em agosto de 1974, quando o petroleiro Takimyia Maru chocou-se com uma rocha no Canal de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, causando o vazamento aproximado de 6.000 ton. No ano seguinte, em março de 1975, no Rio de Janeiro, ocorreu o acidente com o navio Petroleiro Brazilian Marina no Canal de São Sebastião – Jan./1978 Tarik Ibn Zyiad, envolvendo o derramamento do mesmo volume de óleo na Baía de Guanabara. Mas o primeiro caso registrado oficialmente pela CETESB foi em janeiro de 1978, quando o petroleiro Brazilian Marina, provocou grande vazamento no mesmo local, com o mesmo volume e pelo mesmo motivo mencionado para o Takimyia Maru, afetando seriamente o litoral norte de São Paulo. Como a CETESB e o governo federal não tinham experiência em lidar com casos desta gravidade, foi solicitada a colaboração de especialistas da Agência de Proteção Ambiental (EPA) e da Guarda Costeira, ambos dos Estados Unidos da América.
A partir deste evento, a CETESB criou um grupo especialmente dedicado para lidar com acidentes ambientais, atualmente denominada Divisão de Gerenciamento de Riscos, a qual reúne o Setor de Operações de Emergência e o Setor de Análise de Riscos. [www.cetesb.sp.gov.br]


Voltando ao assunto, resta-me apenas lamentar se este tipo de turismo realmente se estabelecer.

terça-feira, janeiro 05, 2010

isto é uma vergonha!

então, somos mesmo preconceituosos
nem sei se isso é pergunta ou afirmação
o ponto, penso, é se podemos ou não "ser preconceituoso"
se somos livres, até que podemos
daí, pergunto, quem o Casoy gostaria de ver dando feliz ano novo?
qual é a medida que nos separa?
onde mesmo somos iguais?
sim, nossas ocupações, nosso dinheiro, nossa popularidade nos distingue
o que nos iguala é que somos terráqueos
e isso não tem outro jeito, somos
penso que, como terráqueos, qualquer um pode desejar um feliz ano novo (que não teria valor algum se apenas não tivéssemos esse calendário)
bem, Boris é livre para pensar assim
particularmente penso que ficou muito pior ele se desculpar,
configurou a hipocrisia
sabemos, agora, o que ele realmente pensa (falou sem ponto ou pauta)
seria uma gafe?

sábado, janeiro 02, 2010

sem Lhasa

de cara a la pared

Llorando
de cara a la pared
se apaga la ciudad

Llorando
Y no hay màs
muero quizas
Adonde estàs?

Soñando
de cara a la pared
se quema la ciudad

Soñando
sin respirar
te quiero amar
te quiero amar

Rezando
de cara a la pared
se hunde la ciudad

Rezando
Santa Maria
Santa Maria
Santa Maria

[27set72 - 01jan10]